Thursday, December 25, 2008


A MINHA SORTE!


Subi a montanha numa escala sofrida para chegar ao cume e ver o pôr-do-sol, mas ele não esperou por mim... cheguei em plena noite de luar, observei serenamente o luar, reuni todas as forças, ergui-me, prometi compensar-te esperando pelo nascer do sol, esperei tão cansado que adormeci.
- Acordei em pleno dia de sol... e não o vi nascer!
- Que podes pensar de mim? Não sei... apenas sei que tudo tentei e que voltarei a tentar, sei que um dia acontecerá, talvez quando menos esperar e talvez até esteja em boa companhia, sei que, ainda assim, sou um homem de sorte com muitos motivos para sorrir:
- Escalei a montanha até ao fim, dormi como um anjo, recebi um dia de sol e ainda te tenho a ti para leres os que escrevi.
- Sou um homem de muita sorte!
- Porque aprendi a apreciar alguns grandes momentos que acontecem na minha vida sem exigir o alcance de todos...

Do livro : MÍNIMOS INSTANTES,
DE: Paulo Afonso Ramos.

Fotos & Postagem

Fernanda Costa

Lisboa, 25 de Dezembro de 2008

DESEJO A TODOS (AS) AMIGOS E (AS),
UM ANO NOVO, DE PAZ, SAÚDE E AMOR!...
Fernandinha
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Sunday, November 23, 2008


Fotos da Ilha de S. Maria-Açores-Portugal


OS DOIS COMPADRES !...


Dois compadres iam à missa para se confessar, mas antes entraram numa loja e tomaram dois meiozinhos. Entraram depois na igreja e o senhor padre disse:
- Irmãos meus, fiquem sabendo que a gente pra se salvar e para ganhar o reino dos Céus é preciso três meios.
Os homens disseram um ao outro:
- A gente se tivesse tomado mais um salvava-se !
Acabou a missa e eles foram-se confessar. Um disse:
- Ó compadre, vá agora que eu fico atando o sapato.
Entrou o primeiro e o padre disse:
- Quantos são os mandamentos da lei de Deus ?
- São nove.- respondeu o homem.
- E o outro ? - perguntou o padre.
Está amarrando o sapato lá fora.
O padre era um homem velho e voltou a perguntar:
- Diga-me então quantos são os sacramentos da Santa Madre Igreja.
- São doze.-respondeu o homem (Afinal são catorze.)
- O senhor não está a modo de se confessar. Vá-se embora.
Saiu e cá fora diz ao outro:
- Eh compadre, quantos são os sacramentos da Santa Madre Igreja ?
- São sete.
- Sete ?! Ele não quis doze,... Com sete ainda é pior. Vamos mas é embora para casa. E lá foram.


Contos Tradicionais Açoreanos

* Júlio Cabral, Vila do Porto, Santa Maria

* Este conto foi incluído no livro de contos de S. Miguel, porque o Sr. Júlio Cabral viveu na Vila da Lagoa, S. Miguel, quando era novo.

Fotos e Postagem:

Fernanda Costa

Lisboa, 23 de Novembro de 2008
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Thursday, October 30, 2008


AS MANCHAS DA LUA

Há muitos, muitos anos atrás, numa ilha que quase ninguém conhece, vivia um homenzinho muito isolado por motivo de não querer ver ninguém.
Um dia esse homem andava a trabalhar ao Domingo, que é o dia de guarda. Andava a apanhar as silvas pra deixar crescer as suas novidades, as suas cultivações, na terra. De repente, apareceu-lhe uma luz muito forte que o cegou e lhe disse:
- Escutai-me, homem ignorante, eu sou Deus, o Pai do Céu.
Não quero que ninguém trabalhe ao Domingo porque é o dia do Senhor. Então porque é que trabalheis ao Domingo aqui neste lugar deserto ?
- Senhor, eu gosto de tar só e ao Domingo ninguém me atrapalha, aqui ninguém me vê, neste canto, neste dia.
Então, Deus sentiu-se obrigado a castigá-lo por ele fugir dos outros e por trabalhar ao Domingo e disse:
- Pois, sendo assim, quando morrerdes, todo o mundo vos há-de ver todas as noites e a fazer o trabalho que fizeste no dia em que não devíeis trabalhar. E só vos dou três dias para preparardes a vossa vida para castigo eterno.
Passados três dias, o homem faleceu e aí Deus colocou-o na lua com o molho de silvas às costas.
Quando olhamos para a lua e vemos manchas cinzentas, é o homenzinho que está a trabalhar com o molho de silvas às costas para salvar as suas cultivações.

Contos Tradicionais Açoreanos

de: Vera Isabel Couto, Nordeste, S. Miguel

Postado por: Fernandinha

Lisboa, 30 de Outubro de 2008
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Tuesday, October 21, 2008




O APRENDIZ DE MALANDRO !...

Era uma vez um homem que tinha um filho que era muito preguiçoso. O pai do rapaz via que ele não queria fazer nada e já andava desgostoso e disse-lhe:
- Ó rapaz, tens que ir aprender uma arte.
O rapaz, que era esperto, e sabia que o padrinho também não queria fazer nada e lá se ia arranjando na vida, disse logo:
- Sim, senhor, quero ir aprender a arte de meu padrinho.
No dia seguinte bateu à porta do padrinho e veio a madrinha e o rapaz perguntou:
- Onde está o padrinho ? Eu queria falar com ele.
Ela respondeu:
- Ele está no quintal, debaixo da macieira.
Foi o que o rapaz quis ouvir. Foi ter com o padrinho e ele disse-lhe:
- Senta-te aqui comigo debaixo da macieira.
E o rapaz assim fez.
Passado algum tempo, caiu uma maçã, o padrinho levantou-se,
apanhou-a e comeu-a.
Logo a seguir caiu uma maçã mesmo na boca do rapaz e ele pediu ao padrinho para lha empurrar pela boca dentro.
O padrinho respondeu:
- Ó rapaz, vai-te embora que já sabes mais do que eu !

Contos Tradicionais Açoreanos

de: Ivo Couto, S. Miguel

Fotos e Postagem: Fernandinha

Lisboa, 22 de Outubro de 2008
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Tuesday, October 14, 2008


O SÁBIO E O PESCADOR !...

Era uma vez um rei que gostava de pôr adivinhas e uma certa vez queria saber quanto pesava a lua e quanta água o mar media.
Apareceu-lhe um pescador e ia ser condenado à morte se não lhe desse as respostas certas.
Foi-se o pescador sentar à beira-mar muito triste porque não encontrava nenhum meio de descobrir q que o rei queria saber.
Apareceu-lhe um sábio do rei e perguntou-lhe porque estava triste e ele respondeu-lhe que estava condenado à morte.
O sábio quis saber o que se passava e depois disse-lhe:
- Deixa-me ver a tua roupa de pescador e vestes a minha de sábio.
Agoniado, o pescador despiu os trapos e vestiu as roupas de sábio e o sábio vestiu as do pescador. Foi o falso pescador de cabeça baixa ao rei e disse:
- Saiba vossa majestade que já tenho resposta para as suas perguntas.
- Vá lá, va´lá, que estou muito curioso de saber.
- É facil medir a água do mar se vossa majestade mandar secar os rios e as pontes que vão desaguar no mar.
O rei disse:
- Está bem. Safaste-te bem. Mas agora quero saber quanto pesa a lua.
O sábio pôs-se a pensar e disse:
- Ora a lua tem quatro quartos, logo tem que pesar um quilo.
O rei aceitou a resposta, mas ainda lhe quis pôr mais uma adivinha e disse assim:
- Para eu me dar por satisfeito tens que me dizer o que é que eu estou a pensar.
E o suposto pescador não se atrapalhou nada e disse a rir:
- Vossa majestade está a pensar que está a falar com o pescador,
mas está a falar é com o seu sábio.

Contos Tradicionais Açoreanos

de: Maria Teixeira Bettencourt, Toledo, S. Jorge, 80 anos

Postagem e Fotos: Fernandinha

Lisboa, 14 de Outubro de 2008
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Wednesday, October 01, 2008


O MANUEL E A MARIA

Um casal tinha dois filhos, o Manuel e a Maria. Como nessa altura se ia buscar água à fonte, o Manuel, como era o mais velho, é que ia.
Para não se perder o Manuel ia marcando o caminho com pedrinhas pintadas de vermelho.
Um certo dia, o pai disse a Maria:
- Já estás grande ! Passas a ir também à fonte. Cada dia vai um de vocês.
E assim foi. A Maria também não se queria enganar no caminho e marcou-o com grãozinhos de milho.
As aves vieram e comeram-lhe o milho e a Maria não soube voltar para casa.
Oa pais ficaram preocupados com a demora e foram mais o irmão ver o que se passava. Encontraram a Maria a chorar porque não sabia como havia de voltar a casa.
Então o irmão disse:
- Tens que ser mais cuidadosa, se tivesses marcado o caminho com pedras nada teria acontecido, mas com milho não é seguro porque os pássaros comem-no.
Todo o cuidado é pouco !

Contos Tradicionais Açoreanos

Elmina Silva, 62 anos, Santa Cruz, Graciosa

Fotos da Graciosa,

postado por; Fernandinha
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Friday, September 19, 2008

A FIGUEIRA


Há muitos, muitos anos, Nossa Senhora ia mais S. José a fugir para o Egipto para livrar o menino Jesus da morte.
A certa altura da viagem, passaram por um lugar e avistaram um grupo de ladrões que andavam em busca do Menino. Como havia ali uma figueira, esconderam-se muito bem debaixo dos seus ramos e das suas folhas, até que os malfeitores desapareceram. Depois seguiram caminho em paz, mas nossa Senhora abençoou a figueira e disse que ela havia de ser uma árvore especial, que havia de dar fruto sem dar flor.
E ainda hoje assim acontece.

Contos Tradicionais Açoreanos

Jacinto Medeiros, Vila do Porto, Santa Maria

Postado por: Fernandinha

Lisboa, 19 de Setembro de 2008
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Sunday, August 31, 2008

A PRINCESA DA ERVILHA

Um certo dia desencadeou-se um temporal medonho e uma princesa que andava a passear foi bater á porta do palácio a pedir abrigo. Tava encharcada pela chuva e não tinha ar de princesa.
O rei deixou-a entrar no palácio e mandou que lhe preparassem imediatamente uma cama quente e mole.
As aias foram dar-lhe banho e diziam:
- Como ela é bonita! É linda como uma verdadeira princesa!
Já há muito tempo que o filho do rei procurava uma noiva, mas ainda não tinha conseguido encontrar porque queria casar com uma verdadeira princesa. Ao ver aquela rapariga a quem o pai tinha dado hospedagem, começou a gostar muito dela, mas como poderia saber se era uma princesa de verdade?
- A rainha encontrou então a solução. Mandou pôr uma ervilha na cama da princesa e por cima muitas mantas e cobertores macios.
A princesa estava muito cansada e deitou-se naquela cama bem alta e fofa. Não conseguiu dormir porque a ervilha magoava-a tanto, tanto e, no dia seguinte, tinha o corpo cheio de nódoas negras.
- O príncipe teve a certeza de que tinha encontrado a sua verdadeira princesa e pediu-a dias depois em casamento. Casaram com o consentimento dos pais e foram muito felizes.

Contos Regionais dos Açores

Andreia Amaral, S. Miguel,
José Carlois Rapoiso, S. Miguel.

Postado por: Fernandinha

Lisboa, 31 de Agosto de 2008
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Wednesday, August 13, 2008


Dlim, dlim, dlim, que estás dazendo ?


Dlim, dlim,dlim, que estás fazendo ?
-Estou fazendo uma papinha.
-Dá-me dela um bocadinho.
- Não tenho salinho.
-Cadê o salinho ?
-Foi buscar o cãozinho.
-Cadê o cãozinho ?
-Está manquinho.
-Quem o mancou ?
-Foram os boizinhos.
-Cadê os boizinhos ?
-Estão lavrando milho.
-Cadê o milho ?
-A galinha comeu.
-Cadê a galinha ?
-Foi pôr ovos.
-Cadê os ovos ?
-O frade comeu.
-Cadê o frade ?
-Está na missa.
-Cadê a missa ?
-Já lá vai !

Contos Tradicionais Açorianos

Andreia da Conceição de Sousa Medeiros, S. Miguel

Postado por: Fernandinha
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Sunday, July 06, 2008

PAIXÃO!...

Ente que surgiu no meu risonho e feliz caminho,
surpreendendo meu frágil e ferido coração,
palavras poucas, mas gestos de verdadeiro carinho
ofuscaram minha alma subtil de forte emoção!
Súbita foi a paixão, tal qual voo de passarinho,
obedecendo incauto à sua inata intuição!...

Fernandinha

Monday, June 09, 2008

O AMOR DO SENHOR ABADE

Há muito, muito tempo, havia um padre que fazia os seus serviços religiosos numa freguesia. Acontece que a certa altura o padre se engraçou da mulher que fazia a limpeza da igreja. Para que ningém descobrisse o que se passava, conbinaram que ele a havia de tratar por
Acha, E assim foi. Era Acha para cima e Acha para baixo e ninguém sabia do que o abade estava a falar.
Mas o diabo tece-as e, passado um tempo, o povo começou a desconfiar que havia alguma coisa entre a dita mulher e o abade. Fizeram queixa ao bispo, que mandou o padre sair da freguesia.
O abade, que se queria despedir da amada, mas sem ninguém dar por isso, combinou logo uma missa de festa para de se despedir do pessoal da freguesia e da sua querida Acha.
A certa altura do sermão, o padre, que era conhecido por pregar muito bem, começou a dizer assim para se despedir:
- Temos que amar muito a Deus, pois quem a Deus procura adeus Acha, quem procura a deus Acha! Com muito amor adeus Acha,
adeus Acha. De todos vós me despeço, adeus Acha, adeus Acha, adeus Acha.

Contos Tradicionais Açorianos
De; Vitória Botelho- S. Miguel

Postado, por Fernandinha
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Wednesday, June 04, 2008

A Abelha ainda não chegou com o mel

Uma certa vez estavam uns homens segando trigo, centeio e cevada nas terras, o que tinha resistido á seca, pois o ano tinha sido muito seco e já não restava pão pra comer. Entretanto chegou a hora de jantar, mas, quando disserem ao dono da terra que tava na hora de comer, ele disse:
- A abelha ainda não chegou com o mel,
Os outros não perceberam o que ele queria dizer e pensaram que ele tava à espera da mulher que se tava ademorar pra vir trazer o jantar.
Os outros já tavam fartos de esperar e disseram outra vez pra irem jantar. Mas ele respondeu outra vez:
- A abelha ainda não chegou com o mel.
Depois de passadas algumas horas, o homem disse:
- A abelha já chegou! Vamos comer.
E todos vieram a correr, atiraram as suas foices e sentaram-se pra comer. Ele tirou da saca um bolo de raiz e folhas de feito e começou a comê-lo cheio de vontade.
Os outros ficaram admirados porque não viam o mel e perguntaram:
- Onde é que tá o mel ?
Ele começou a rir e disse:
- A abelha que ia trazer o mel era a grandessíssima fome que agora já tenho e que me faz com que este bolo amargo me saiba a mel.

Contos Tradicionais Açoreanos:
José do Alto, 84 anos-Santo Antão, Santa Maria.

Postado por, Fernandinha

Lisboa, 04 de Junho de 2008
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Monday, June 02, 2008

A TORRE DA LUA


Era uma vez um rapaz que queria ver o palácio da torre da lua.
Então um dia o rapaz fez-se ao caminho e encontrou um homem novo e pergunto-lhe
- Sabes aonde é que fica a Torre da Lua ?
O homem disse:
- Não sei, mas meu pai vem aí, pode ser que saiba.
O rapaz continhuou o seu caminho e encontrou um senhor mais velho, voltou-lhe a fazer a pergunta e ele respondeu:
- Não sei, mas meu pai vem aí, pode ser que saiba.
O rapaz achou estranho aquele homem já velho ainda ter o pai vivo, mas lá continuou o seu caminho e encontrou um senhor com uma bengala e voltou a fazer a mesma pergunta e ele respondeu-lhe a mesma coisa:
- Não sei, mas meu pai vem aí, pode ser que saiba.
O rapaz continuou o seu caminho e encontrou um homem com duas bengalas. O rapaz voltou a perguntar:
- Sabe onde é que fica a Torre da Lua ?
O velhinho disse:
- Eu não sei, mas o meu pai dizia que tinha que se andar muito, muito para lá chegar.
O rapaz, cansado de tanto andar, acabou por adormecer na beira do caminho.
Quando acordou, continuou o seguir o seu caminho que parecia não ter fim. À medida que caminhava, o caminho começou a iluminar-se e a luz era cada vez maior e , por fim, viu lá no fundo uma claridade muito forte. Caminhou para a luz que o chamava.
- Andou durante três dias seguidos, cansado e sem comida. Ao fim do terceiro dia avistou lá ao longe um grande palácio, com uma grande torre luminosa.
- Dirigiu-se para lá e, à entrada, encontrou um guarda do rei a quem perguntou:- Que palácio é este, que nunca vi outro igual ?
- É a torre da lua. Aqui as pessoas vivem sempre contentes porque esta luz transforma-as e ficam sempre alegres e satisfeitas.
Soube então que aquele palácio era governado por um rei, que ali vivia, rica vida, com a sua mulher a rainha e as suas três filhas princesas.
-Então o rapaz disse:
-Era este o palácio que eu procurava. Posso ficar a viver aqui, a vida que tanto desejei ?
O pagem disse que ia falar com o rei, para que lhe arranjasse maneira de ali ficar. O rei, como bom homem que era, aceitou-o e assim o rapaz passou a trabalhar de jardineiro no palácio.
- Certo dia quando por ali passeava entre as flores do jardim a princesinha mais nova, de dezoito anos de idade, encontrou os olhos do jardineiro postos nos seus, por quem veio a apaixonar-se.
- Mais tarde casaram e foram muito felizes e para sempre ficaram a viver naquele palácio encantado da Torre da Lua.

Contos Tradicionais Açoreanos.
De mariana da Glória Ferreira, de 88 anos, Faial

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Wednesday, May 28, 2008

Conto tradicional dos Açores;

O mês que não sabia jogar!...

O mês de Fevereiro vinha para a terra pela primeira vez e deparou-se com o mês de Janeiro que ainda tava a acabar o seu tempo e com o mês de Março que esperava desinsofrido pelo seu começar. Meteu-se a falar com outros e eles foram muito corteses e, como não tinham muito que fazer, puseram-se a jogar às cartas.
Mas o mês de Fevereiro não era muito bom no jogo e ementes o mês de Janeiro e o de Março ganhavam muito, o mês de Fevereiro perdia sempre. Como tavam jogando a dinheiro, o mês de Fevereiro perdeu tudo o que tinha. Mas foi continuando a jogar e, quando não tinha mais nada com que pagar, apostou dois dos seus dias de vida, tal era o seu vício no jogo. Assim perdeu dois deles, um para Janeiro e outro para Março.
Desde aí que Fevereiro ficou só com vinte oito dias em vez de trinta e assim fez com Janeiro e Março ganhassem mais um dia e ficassem
pra sempre com trita e um dias.
Assim acontece com quem se mete a jogar.

Autor:Paulo Roberto S. Pereira, S. Miguel

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Friday, May 23, 2008

Festas do Espírito Santo
Estandarte
Flôr - Estrelícias
Lisboa, 23 de Maio de 2008
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Tuesday, May 20, 2008

Posted by PicasaLisboa, 20 de Maio de 2008,
Fernandinha

Friday, May 16, 2008

MONUMENTO A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

Este monumento, em honra de Nossa Senhora da Conceição,
Localizado na Espalamaca, está voltado para a cidade e,
Em particular, para a freguesia urbana de onde partiu a ideia
Da sua construção:
A freguesia da Conceição.

È constituído por uma imagem da Imaculada Conceição,
Em mármore, com três metros de altura e com quatro toneladas,
Por detrás da qual se ergue uma cruz, de cimento armado, com
28,65 metros.

O monumento ficou definitivamente concluído em 1973, depois
De um violento temporal ter destruído, em 1969, a primeira cruz,
De 18 metros, mas menos sólida do que a actual.

A construção do Monumento ocorreu entre 1958 e 1962, por
Iniciativa particular de um grupo de Senhoras, e para ele
contribuíram habitantes de todas as freguesias da ilha,
bem como entidades oficiais.


Fernanda,
Lisboa, 17 de Maio de 2008

Saturday, May 10, 2008

MOINHOS DE VENTO

Os moinhos de vento da ilha do Faial
Apresentam influências portuguesas e flamengas.
São moinhos fixos ou giratórios, de dois pisos.
O piso inferior é construído em paredes
De alvenaria.

O piso superior, onde se encontra o equipamento de
Moer, é de madeira.
Estes moinhos são rematados por uma cúpula
Cónica, de onde sai o mastro que separa as velas
De madeira, que prendem os panos.
Os moinhos de vento do Faial apresentam dois sistemas
De varas diferentes.

Os moinhos do “ sistema português “ ( Kruger ) tem um
Sistema de oito varas, que entram no grande eixo do
Moinho, onde se atam as 4 quatro velas triangulares
( vela latina ), cada uma segurada entre duas varas.

Os outros moinhos existentes na ilha apresentam quatro
Asas rectangulares, onde se colocam as quatro velas,
Também rectangulares. Esta estrutura corresponde à
Dos moinhos flamengos, que ainda hoje se podem
Observar na Holanda e na Bélgica – seja nos moinhos
De pedra com tecto móvel, seja nos moinhos de madeira,
Giratórios sobre o eixo principal.

As velas e toda a estrutura da base de apoio da cúpula
Podem ser manobrados e deslocados lateralmente,
Virando sobre um eixo vertical de madeira, através do
“ rabo “ do moinho, no sentido de maximizar o aproveitamento
Da força motriz do vento.

Na ilha do Faial existem 38 moinhos de vento inventariados e,
Deles, 10 estão classificados como imóveis de interesse público.


Fernanda,
Lisboa,10 de Maio de 2008

Friday, May 02, 2008

DOCE CALMA!...

Não sei o que penso, mas penso
Não sei porque amo, mas amo
Não sei porque faço, mas faço
Tudo isto absorve meu pensamento.

Não sei porque choro, mas choro
Não sei porque quero, mas quero
Não sei porque sinto, mas sinto
Tudo isto penetra fundo na minha alma.

Que o meu amor venha,
Para eu ter enfim
A doce calma!...

Fernanda

Thursday, April 17, 2008

QUANTO TE QUERO

Voar!...de voar tanto,
Me cansei.
Voando, voando, até que por fim voltei.
Aqui, onde Camões já disse:
Aqui, onde a terra acaba e o mar começa!
De que me valem as asas perante tanto mar?
Que o mar é medonho afoga a gente,
Afoga o sonho.
Ai, que não que o não transponho.
Antes sonhar toda a vida, morder o ar,
Morder um lírio e num suspiro
À madrugada poder dizer
Quanto te quero.


Fernanda

Friday, April 11, 2008

CARINHO

Quantas vezes nos encanta,
Um momento que se forma
No silêncio das palavras
Que não dizes,
Ao abraço que não negas,
Mesmo quando no meu canto
Com carinho eu espero-te.

No meu leito que silêncio
Da tua ausência
Também cala a tua voz
Aqui dentro do meu peito.


Fernanda

Saturday, April 05, 2008

SILÊNCIO

Silêncio não é solidão,
é sorrir, é chorar,
é sonhar, é querer,
é sofrer, é amar.
Sorrir, para quem nos estima,
chorar, por quem me amargura,
sonhar, com aquele que anima
a minha espontânea ternura...
Sofrer, pelo que sublima
o Amor que não perdura!...

Fernanda

Monday, March 24, 2008

RETORNO

Retorno ao ponte de origem, visito os
Caminhos por onde pisei,
Recordo a menina travessa, a querer
Ultrapassar os limites e a deixar
Que a vida tome o seu corpo e alma.
A memória guarda os pedaços
Da minha história e em cada recanto.

Encontro-me.
Os olhos vagueiam e sentem a natureza
Gritando a sua força.
Recordo as minhas idades, 9, 10, 11 anos,
Caminho sem pressa, afasto as pedras,
Como flores, falo com elas…

São faladoras: contam-me as suas cores,
Do cheiro, da beleza e dos seus amores.
A memória lembra e não quero o seu
Fenecimento.

O rosto de hoje mudou,
Sou outra e sou a mesma.
O sol a declinar e a menina ali a observar
O crepúsculo a se esvair
Aos poucos, despedindo-se sem
Traumas, num adeus sereno,
Sem deixar lágrimas, na doce previsão
Do seu retornar.
A menina e eu na mais incondicional cumplicidade.


Fernanda

Friday, March 07, 2008

Quero ser

Quero ser o que sou!
Quero libertar-me das entranhas!
Quero fugir de onde eu estou!
Quero realizar façanhas!

Desejava ser a ave altiva,
Que voa lá bem no alto,
Que jamais será cativa…
É da montanha não do planalto!

Queria navegar no alto mar,
Entre as fortes ondas de calor;
Seguir rumo, sem nunca remar,
Levada pela brisa do amor!

Mas, com muita alegria,
Sou passarinho no vale,
Sonhando voar alto, um dia,
Sem a ninguém fazer mal!


Fernanda

Saturday, February 16, 2008

Imagem e palavra


Pintura, imagem poética…
Poesia palavra pintada…
Uma, esboço da figura amada;
A outra, ténue palavra profética!

Pintura e poesia…
Imagem e palavra de sentimento
E do amor em utopia!

São o sonho que sonhei,,,
Quando, no Éden amei!


Fernanda

Saturday, February 09, 2008

AMOR AMADURECIDO



No macio algodão da tarde,
Olhando o lago escurecido
Pela partida do sol,
Sinto o amor amadurecido
Num campo de girassol,
Que levou a quente e cega paixão
E deixou o delírio amornecido
Pela sabedoria do coração.

Vem a noite amena, clara, de Lua cheia,
Onde encontramos luz plena,
Deixando que o outro leia
O pensamento que se palpita
Pela intuição e proximidade
Que entre nós se agita
E nos unirá para a eternidade.

No sedoso frescor da noite
É-nos mostrado o caminho,
Que prosseguimos de mãos dadas,
Passando pelo edificar de um ninho
De amor, como os contos de fadas,
Enfeitado com soluções de carinho,
De compreensão, tolerância e espera,
Sempre virente e mimoso. Pudera eu, pudera!


Fernanda

Monday, January 14, 2008

DEPOIS DE UMA TARDE TÃO BELA.

depois de uma tarde tão bela,
desce a noite cinza, que a alma esfria e o coração gela.
Sonho desde que partiste...
Sorrio ao recordar como te riste...
Chegam aos meus ouvidos em segredo,
as palavras meigas que me disseste a medo!
Como o Amor é delicioso!
Como o Amor é penoso!

Vem meu amor por entre a névoa,
abraça o meu coração até que ele doa,
procura o calor da minha alma,
e a noite será longa, terna e calma...

Fernanda

Tuesday, January 08, 2008

VEJO O SOL...

Vejo o Sol ,
olho o Mar,
medito...
Mergulho na solidão.

Se no sonho eu acredito,
tento sentir a emoção,
que em qualquer ser aflito,
vibra como um trovão.

Navega no luar prateado,
a cor da paixão que me abala,
cintilam no céu estrelado,
os beijos que minha boca cala.

No celso luzir da estrela,
vivo um acolhedor momento,
ampliado no vidro da janela,
oculto no meu pensamento.

Nasceu hoje a felecidade,
raiando mais que o luar,
surgiu doce a liberdade,
ao conseguir-te abraçar...

Fernanda