Monday, June 09, 2008

O AMOR DO SENHOR ABADE

Há muito, muito tempo, havia um padre que fazia os seus serviços religiosos numa freguesia. Acontece que a certa altura o padre se engraçou da mulher que fazia a limpeza da igreja. Para que ningém descobrisse o que se passava, conbinaram que ele a havia de tratar por
Acha, E assim foi. Era Acha para cima e Acha para baixo e ninguém sabia do que o abade estava a falar.
Mas o diabo tece-as e, passado um tempo, o povo começou a desconfiar que havia alguma coisa entre a dita mulher e o abade. Fizeram queixa ao bispo, que mandou o padre sair da freguesia.
O abade, que se queria despedir da amada, mas sem ninguém dar por isso, combinou logo uma missa de festa para de se despedir do pessoal da freguesia e da sua querida Acha.
A certa altura do sermão, o padre, que era conhecido por pregar muito bem, começou a dizer assim para se despedir:
- Temos que amar muito a Deus, pois quem a Deus procura adeus Acha, quem procura a deus Acha! Com muito amor adeus Acha,
adeus Acha. De todos vós me despeço, adeus Acha, adeus Acha, adeus Acha.

Contos Tradicionais Açorianos
De; Vitória Botelho- S. Miguel

Postado, por Fernandinha
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Wednesday, June 04, 2008

A Abelha ainda não chegou com o mel

Uma certa vez estavam uns homens segando trigo, centeio e cevada nas terras, o que tinha resistido á seca, pois o ano tinha sido muito seco e já não restava pão pra comer. Entretanto chegou a hora de jantar, mas, quando disserem ao dono da terra que tava na hora de comer, ele disse:
- A abelha ainda não chegou com o mel,
Os outros não perceberam o que ele queria dizer e pensaram que ele tava à espera da mulher que se tava ademorar pra vir trazer o jantar.
Os outros já tavam fartos de esperar e disseram outra vez pra irem jantar. Mas ele respondeu outra vez:
- A abelha ainda não chegou com o mel.
Depois de passadas algumas horas, o homem disse:
- A abelha já chegou! Vamos comer.
E todos vieram a correr, atiraram as suas foices e sentaram-se pra comer. Ele tirou da saca um bolo de raiz e folhas de feito e começou a comê-lo cheio de vontade.
Os outros ficaram admirados porque não viam o mel e perguntaram:
- Onde é que tá o mel ?
Ele começou a rir e disse:
- A abelha que ia trazer o mel era a grandessíssima fome que agora já tenho e que me faz com que este bolo amargo me saiba a mel.

Contos Tradicionais Açoreanos:
José do Alto, 84 anos-Santo Antão, Santa Maria.

Postado por, Fernandinha

Lisboa, 04 de Junho de 2008
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Monday, June 02, 2008

A TORRE DA LUA


Era uma vez um rapaz que queria ver o palácio da torre da lua.
Então um dia o rapaz fez-se ao caminho e encontrou um homem novo e pergunto-lhe
- Sabes aonde é que fica a Torre da Lua ?
O homem disse:
- Não sei, mas meu pai vem aí, pode ser que saiba.
O rapaz continhuou o seu caminho e encontrou um senhor mais velho, voltou-lhe a fazer a pergunta e ele respondeu:
- Não sei, mas meu pai vem aí, pode ser que saiba.
O rapaz achou estranho aquele homem já velho ainda ter o pai vivo, mas lá continuou o seu caminho e encontrou um senhor com uma bengala e voltou a fazer a mesma pergunta e ele respondeu-lhe a mesma coisa:
- Não sei, mas meu pai vem aí, pode ser que saiba.
O rapaz continuou o seu caminho e encontrou um homem com duas bengalas. O rapaz voltou a perguntar:
- Sabe onde é que fica a Torre da Lua ?
O velhinho disse:
- Eu não sei, mas o meu pai dizia que tinha que se andar muito, muito para lá chegar.
O rapaz, cansado de tanto andar, acabou por adormecer na beira do caminho.
Quando acordou, continuou o seguir o seu caminho que parecia não ter fim. À medida que caminhava, o caminho começou a iluminar-se e a luz era cada vez maior e , por fim, viu lá no fundo uma claridade muito forte. Caminhou para a luz que o chamava.
- Andou durante três dias seguidos, cansado e sem comida. Ao fim do terceiro dia avistou lá ao longe um grande palácio, com uma grande torre luminosa.
- Dirigiu-se para lá e, à entrada, encontrou um guarda do rei a quem perguntou:- Que palácio é este, que nunca vi outro igual ?
- É a torre da lua. Aqui as pessoas vivem sempre contentes porque esta luz transforma-as e ficam sempre alegres e satisfeitas.
Soube então que aquele palácio era governado por um rei, que ali vivia, rica vida, com a sua mulher a rainha e as suas três filhas princesas.
-Então o rapaz disse:
-Era este o palácio que eu procurava. Posso ficar a viver aqui, a vida que tanto desejei ?
O pagem disse que ia falar com o rei, para que lhe arranjasse maneira de ali ficar. O rei, como bom homem que era, aceitou-o e assim o rapaz passou a trabalhar de jardineiro no palácio.
- Certo dia quando por ali passeava entre as flores do jardim a princesinha mais nova, de dezoito anos de idade, encontrou os olhos do jardineiro postos nos seus, por quem veio a apaixonar-se.
- Mais tarde casaram e foram muito felizes e para sempre ficaram a viver naquele palácio encantado da Torre da Lua.

Contos Tradicionais Açoreanos.
De mariana da Glória Ferreira, de 88 anos, Faial

Postado por, Fernandinha
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